sábado, 16 de janeiro de 2010

Parapeito nos pés.

Nem sei o quanto velho estou, diariamente tento calcular o valor desastroso da vida. Minhas atitudes foram preguiçosas, ambíguas e desprodutivas, fui parar num barco no meio do oceano, e não manifestei interesse nem em escrever na porta do meu banheiro. Nada.

Não eram esses meus planos, baby. A veadagem invalidou-me cedo. Buscou-me no meio do Sarajevo, levou-me para enfermaria, esquentou um chá de camomila e disse: "Acalme-se, Fio". Cá estou, para invalidar-te. Morra.

Acreditei, bêbado ingênuo, alvo fácil. Eu tinha apenas 57 anos quando precisei morrer, a liberdade ainda reinava nas minhas palavras, emoções e atitudes. Ainda sinto aquele velho louco tomar-me, ainda sinto suas ideias, ainda leio seus pensamentos, e sei, que se o garoto não ressuscitar, virará pó. Sujeira dos desajustados, e nada mais trará seu corpo jovem de volta.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ta, fumei um banza.

Ta, fumei um banza.

Fiquei muito sensível, pude perceber que isso não é pra mim. De fato. Quase virei um Chico Xavier versão feminina em lugar inapropriado. Não sei se tenho tendências esquizofrenicas, de fato, não é normal. Foi como tomar um doce, um chá. Absurdo.

Permaneceu a noite toda, a crise barata, o fumo bom, razão, foi-se. Andei sem rumo, quanto mais me afastava mais louca ficava, tive que retroceder meus passos.

"What hell?"

Após o terror das sombras, tomou-me a simpatia insuportável, eu até queria ficar calada, mas não conseguia, fui em rodas de violões que não eram "das minhas", sentei, mas não rolou. O desejo da invisibilidade permaneceu.

Um rapaz me cedeu um banquinho que me fez ficar mais alta que as pessoas que estavam sentadas no chão. Me incomodei, queria ficar só.

Sai de lá andando estranho, torta mesmo, tropecei numa estaca que estava perdida no caminho. Me joguei na porta da minha barraca, escutando o som do violão e a voz das pessoas cantando. Fiquei lá, fechei meus olhos e pirei.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Perdida no canto do Paraná.

Fumo meu cigarro, é cedo, manhã. Faz sol lá fora, e aqui, o ócio.

Abro meu coração pra quem quiser, sei que nele cabe, apenas cabe.
Meu filho agora dorme, procuro o cinzeiro que usei ontem.

Ao menos o cinzeiro eu consigo encontrar por aqui.

Sinceramente, não sei. Não sei o que faço aqui, não sei o que farei amanhã, não sei. Estou anestesiada pelo novo, amortecida por todas as quedas, ruas estranhas, novas gírias, tudo muito repentino. A vida não me anula, mas eu não sei o que farei com ela.

Recebo meus trocados, e ainda tenho muitas dívidas. Quero muito de mim, mas ainda não sei.

A inocência me atrapalha.